Batata frita, coxinha, pastel. São muitas as frituras gostosas que vão à mesa do brasileiro. Muita gente não sabe, porém, o que fazer com o óleo usado para preparar essas delícias. O resultado é que, na maioria das vezes, esse óleo é jogado na pia, no ralo ou mesmo no lixo comum. O despejo indevido de óleo na rede de esgoto ou nos lixões contamina água, solo e facilita a ocorrência de enchentes. O consumidor consciente pode evitar que isso aconteça reutilizando o óleo para fazer sabão - ou procurando alguma empresa ou entidade que reaproveite o produto.
A reportagem do Instituto Akatu ouviu cientistas, ambientalistas e técnicos das companhias de tratamento de lixo e de esgoto da cidade de São Paulo. Uma conclusão é consensual: hoje não existe um modo de descarte ideal para o óleo usado. Seja misturado ao lixo orgânico, seja jogado no ralo, na pia ou na privada, o produto vai custar caro ao meio ambiente.Um retrato do que pode acontecer no caso de ir parar no esgoto está na cidade de São Paulo. O óleo que não fica retido no encanamento - fato que pode atrair pragas - é tratado e separado da água em uma das cinco Estações de Tratamento da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo). O problema é que apenas 68% do esgoto coletado na capital paulista é efetivamente tratado.
O óleo que chega intacto aos rios e às represas da cidade fica na superfície da água e pode impedir a entrada da luz que alimentaria os fitoplânctons, organismos essenciais para a cadeia alimentar aquática. Além disso, quando atinge o solo, o óleo tem a capacidade impermeabilizá-lo, dificultando o escoamento de água das chuvas, por exemplo. Tal quadro é propício para as enchentes.
O projeto, denominado "Casa a Casa", começou há quase quatro anos e hoje conta com o patrocínio da Petrobrás. Segundo o coordenador de comunicação da Ação Triângulo, Adriano Ferreira Calhan, o projeto faz com que as pessoas sejam sensibilizadas em rede sobre os impactos do seu consumo. “As pessoas acabam parando para pensar a respeito do ciclo de vida daquilo que elas consomem”, diz ele.Além do óleo, os agentes recolhem também pilhas e baterias. Para quem mora na capital paulista ou na sua região metropolitana, é possível também agendar a retirada do material, desde que a quantidade seja superior a três litros.
Em Ribeirão Preto e região, no interior paulista, o óleo de cozinha também pode ser doado. O Projeto “Biodiesel em casa e nas escolas”, desenvolvido pelo Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas do Departamento de Química da USP de Ribeirão Preto, visa a produzir biodiesel por meio do óleo usado nas frituras e tem parceria com as lojas do Carrefour (parceiro mantenedor do Instituto Akatu) da cidade de Ribeirão Preto e com algumas escolas da rede pública de ensino. Além de Ribeirão, as cidades da região que têm escolas cadastradas no projeto são Sertãozinho, São Carlos, Araraquara, Batatais e Pradópolis. No caso das lojas de supermercado, quem levar quatro litros de óleo usado, ganha um litro de óleo novo.
Já nas escolas, os alunos que levam o material concorrem a uma bicicleta.No Rio de Janeiro há outro projeto de pesquisa sobre o uso do óleo como combustível. O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Estudos de Engenharia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), também conhecido como COPPE, desde de 2002 realiza um trabalho, sob coordenação do professor Alexandre D’Avignon, que visa a tornar viável o uso de óleo de cozinha para a produção do biodiesel. A tecnologia já existe, o que falta apenas é uma regulamentação governamental.
Segundo a professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos e do Laboratório de Óleos e Gorduras da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) na Europa há equipamentos para adaptar carros de forma que funcionem diretamente com óleo de cozinha. Ela também faz um alerta: “Na Europa é comum o óleo de cozinha ser usado como aditivo nas rações de animais. Isso é altamente tóxico e o maior prejudicado é o ser humano que irá consumir a carne desses animais”.
Conheça a Ação Triângulo (http://www.triangulo.org.br/)
(Envolverde/Instituto Akatu)
Um comentário:
Danny, bem legal essa reportagem...jah sabia que existia esse tipo de coleta qui em SP, mas não sabia que no interior também tinha isso....
bem legal saber disso!!!
bjooo
o blog tah bem legal!!!
Postar um comentário