Trata-se de um conjunto de duas usinas que vão despejar mais de 6 000 megawatts no sistema elétrico brasileiro. Isso representa cerca de 6% de toda a capacidade instalada no país. É energia suficiente para atender 25 milhões de pessoas, mais que a região metropolitana de São Paulo. A notícia merece aplausos. É o primeiro grande projeto nessa área desde que Lula assumiu o governo, em 2003. Fazia seis anos que o Complexo do Madeira patinava na burocracia estatal e no cipoal de órgãos ambientais. A primeira das duas usinas a ser construídas será a de Santo Antonio, orçada em cerca de 10 bilhões de reais. Sua concessão foi a leilão no dia 10 de dezembro e, quando pronta, agregará 3.150 megawatts à matriz energética brasileira. Se tudo correr bem, as primeiras turbinas entrarão em atividade em 2012. Em 2016, a usina alcançará sua capacidade plena, com 44 turbinas em operação. O consórcio vencedor, formado por Furnas e pela construtora Odebrecht, fez uma proposta agressiva. Dispôs-se a vender no mercado uma energia 35% mais barata que a tarifa máxima estipulada pelo governo. Isso foi possível porque toda a energia produzida antes de dezembro de 2012 poderá ser vendida à indústria, no mercado livre, onde os preços são bem mais altos do que aqueles oferecidos no leilão.
A segunda usina a ser licitada, a de Jirau, também no Complexo do Rio Madeira, adicionará outros 3 300 megawatts à matriz energética. O leilão está marcado para o começo de 2008. Santo Antonio e Jirau são duas das obras estrategicamente mais importantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com o qual o governo espera colocar de pé a combalida infra-estrutura do país. Visam a reduzir o risco de racionamento que ronda o sistema elétrico desde o apagão de 2001. A situação é dramática. Só não houve um novo colapso até agora porque as chuvas ajudaram a encher os reservatórios, e o crescimento da economia vinha em ritmo de banho-maria. O país precisa urgentemente de fontes novas de energia porque o consumo per capita, que aumentou 1% ao ano entre 2000 e 2005, vai crescer a taxas três vezes mais altas entre 2005 e 2010. A região amazônica, onde fica o Complexo do Madeira, é a mais promissora fronteira energética do país, pouco aproveitada por causa de sua distância em relação aos grandes centros consumidores. Alguns estudos indicam que a exploração na região pode chegar a 43 000 megawatts nos próximos dez anos. Isso equivale a mais de três usinas de Itaipu. Também na região, o governo pretende levar a leilão a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, entre 2009 e 2010. As três usinas juntas vão adicionar 17 450 megawatts ao potencial de produção de energia – um pouco menos que a capacidade instalada do estado de São Paulo.
Será um enorme avanço, mas talvez venha tarde demais. Estimativas mostram que, se o país crescer a 5%, serão necessários 3.500 megawatts por ano, já em 2008, para que não haja falta de energia. O problema é que Santo Antonio, a primeira das duas usinas do Madeira, só começará a gerar energia em 2012, inicialmente com apenas 450 megawatts. O sucesso do leilão, no entanto, deixou claro o tamanho do apetite dos investidores privados pelo setor de infra-estrutura. E mostrou como o governo ganha, sempre que concede estímulos corretos. Outros leilões de concessão ao longo deste ano também tiveram êxito. Em outubro, o governo abriu a disputa para a administração privada de 2 600 quilômetros de rodovias federais. Devido à concorrência, o valor dos pedágios ficou até 65% mais baixo do que o previsto. No mês de Dezembro de 2007, foi a vez do leilão de faixas de freqüências de 3G (que permitirão conexão dos celulares com a internet com velocidade de banda larga): o governo esperava angariar 2 bilhões de reais; embolsará mais de 5 bilhões de reais.
Meu comentário: O biólogo em sua devida obrigação deve ressalvar que a proximidade de uma das usinas hidrelétricas projetadas para o Rio Madeira da capital de Rondônia, pode acarretar impactos ambientais graves, como o desaparecimento de determinadas espécies de peixe, que terão a sua rota migratória interrompida pelas barragens, o acúmulo de sedimentos na represa e o impacto para as populações ribeirinhas que vivem da pesca e da agricultura nas áreas de várzea durante a época da seca.
2 comentários:
é isso ai danny!!!!adorei o seu posicionamento.....vc acredita que um maluco fez um comentário no meu blog dizendo um bando de babaquice??????hã agora vc vê neh!!!!bjão tá show de bola
Nossa danny...isso por um lado eh bom, mas por outro eh terrível...
é bom, pq vai ter mais usinas e tal, mas vai acabar com peixes, fauna, flora e essas coisas...
eu nem sei oq dizer, acho um absurdo acabar com essas coisas, mas eu nãos ei oq dizer!
bjoooos
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